quarta-feira, 6 de junho de 2012

Não comecem sem mim


I
O último dia de nossas vidas começa hoje
E não nos preocupamos nem um pouco

Venham comigo
E rasguem aqueles muros de seda
Lamentar me parece intragável
Libertem aquelas almas puras
Não puras
Daquele sólido oceano instável

Vejo em cada um de vocês
Um pouco de mim
O dia será sempre claro
Venham ver as luzes lá fora

Eu e os meus amigos
Fumando páginas de um pretérito esparso
Fumando cigarros, sobre a grama;
Caleidoscópios rubro-lavanda
Soprando adiante
Cinzas sujas de um mundo queimado

 II

Eu estava desgasto demais
Olho,sem um ciclope,enfim
O vento afaga a minha mão
Escrevendo o início
Apagando o fim

Eu poderia viver eternamente
Nas copas daquelas árvores
Vivendo do azul daquelas flores de sino;
E sobre os meus livros inacabados
Já me perdi por entre as palavras
Já me perdi por entre o infinito

Hamilton Guilherme

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