segunda-feira, 18 de junho de 2012

Elefante Negro


Ninguém foi pro outro lado do nada
Eu não era o vilão,mas fazia parte do dano
Se os meus genitores fossem
Um anjo e um demônio
O que eu seria?
Quem eu seria?
Vulnerável
Invulnerável

Meus companheiros estão mudando
Estão vivendo, estão morrendo;
Estão ganhando cabelos brancos
Eu só me sinto mais velho
Quando olho pra eles
Minhas paginas estão molhadas
Estes séculos são tão grandes
Tudo parece pequeno

Eu fico confabulando em minha ilha distante
O filho prematuro está muito atrasado
Eles desprezaram a minha presença
E foram festejar no feriado

A liberdade é uma terra entre rios
Que os seres humanos só encontram
Depois que vão embora
Podemos viver um milênio em um minuto
Apenas diga sim ou não
Vamos logo em boa hora

A vida parece tão bela
Trapezistas a voar,me saltam os olhos
Me fazem suspirar,por enquanto
Estou livre do abraço da minha primeira mãe
Estou em volta dos anos brancos

E eu estou buscando o lado errado
Vomitar toda a minha ira
Destruir cada um da minha lista negra
Escapar impune deste assassinato
 
Gritei para um teatro vazio
Todos que eu amei,me deixaram irritado
Destruí as catedrais que construí
Novo nome semi-ácido

 Sonho de tangerina
Não há ninguém do meu lado
Depois desta tempestade
Não quero ver mais ninguém
Jogo de forma agressiva
Pequenas lanças, dados pesados

 Ainda espero um disco voador passar
Tranqüilizar meus olhos vermelhos
O céu nublado é irmão da melancolia
Tempo de compor novos sonhos
Que componho comigo, eu mesmo

Vaguei pelas ruas o resto da noite
A procura do jardim das violetas ocultas
Devaneios escapam pela porta
Janelas abertas de um coração solitário
Guardei no bolso
Minhas quimeras enxovalhadas
Alguém esta querendo fugir
Da velhice das supernovas

 Por trás daquela cúpula azul
Deve haver um outro lugar pra viver
Eu conheci os meninos perdidos
Abandonei o xeque-mate
Sem mais volver

Hamilton Guilherme

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