quarta-feira, 22 de maio de 2013

Avenida Sóbria







Por um pouco

De solidão;

Por um momento

De diversão;

Eu guardo nos olhos

Um sereno de mim;

Dê-me um copo

De veneno tardio;

Ninguém sabe

De onde vim

Para onde vou

Na avenida sóbria

De uma noite clara;

Nuvens passadas;

Eu me perdi



Nada em mim

Permanece;

Por mais

Que eu seja

Uma cidade

Em chamas

Ontem eu era

Amor amargo

Hoje eu sou

Uma velha flama



Conheci o corvo negro

Nas ruas de novembro

Ele sussurrou para mim:

- Algumas coisas não são

Do jeito que são;

Você irá desbotar em dias

Os arcanjos celestes

Em breve, cairão



Lá se foi

O corvo negro

Em meados de junho

Na idade da rua

Nenhuma palavra

A mais,a dizer

Ele está fumando, lá fora

Um pouco aturdido;

Seu olhar perdido

Em sua própria hora






Hamilton Guilherme

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