sábado, 21 de julho de 2012

Quarto Sem Saída


Ouça o olfato dos meus sonhos
Sinta-o com o seu paladar
Há uma banda dissonante
Tocando os meus tímpanos
Quase aterrissando,quase a voar

Dano cerebral, desfragmentado pelo desejo
Mergulhando com os crocodilos
Os peixes fluem por entre o cinturão de órion
Elefantes de prata voam pelos ares
Pássaros de virgulas correm
Para dentro das crases

Noventa e nove balões flutuam
Junto com as minhas alucinações
Pudera eu flechar o arqueiro
Percebo a velhice das minhas mãos
Raios fora de sincronia
Há quem diga que as montanhas
São gigantes adormecidos
Derrubados pelo timbrar dos trovões

Fugindo para uma cidade distante,no interior
A procura do coelho branco
Já não lembro se estou acordado
Ou se estou dormindo
Mergulhando em um sonho
Em um estado de vertigem
Nada é real o bastante
para que se possa alcançar
eu ainda nem nasci
estaria eu flutuando
estaria eu caindo

Hamilton Guilherme

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