sexta-feira, 20 de julho de 2012

Réquiem




Sombra profunda
Envolta em melancolia
Oceano soturno
De águas rasas e sombrias

Dê-me anestesia
Dê-me convulsão
Dê-me terremoto
Dê-me ilusão

Não es o único em solitude
Numa metrópole durante a madrugada
Não es o único caminhando
Em um mundo alternativo
Em busca de tudo
Em busca do nada

Atirei uma pedra
No poço dos desejos
Desejei que apagasse
Toda a minha existência
Desejei enxergar tudo
Como um todo

As pessoas transitam
Entre o vácuo e a eloquência
Eu esbarro nelas todos os dias
Almas à venda
Ardem em agonia

Meu nome é ninguém
Ao sair, não feches a porta
O caos se alastra
Do lado de fora

Corri para dentro do meu quarto
Irei saborear algumas gotas de isolamento

Hamilton Guilherme

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