quinta-feira, 31 de maio de 2012

Guerra Trilobita



Eles não percebem a própria nudez
Os bombardeios começaram
Eu não os vi entrar
Nem sequer ouvi os seus passos

[...há uma esfera no corredor da morte]

batalha celulóide
glóbulos brancos em fúria
burgueses comendo a própria carne
brilhantes falsos de sua própria ranhura

os tiranos querem
as cabeças em lote
dos Apolos,dos Jacintos
das Vênus que amam as orquídeas
todos pedem branca comunhão
e promovem o cio da guilhotina

Hamilton Guilherme

Magia das Sombras


Peguem-nos, massacrem-nos ,torturem-nos
Cortem-lhes os pulsos
Arranquem-nos os olhos, não deixem vestígios de bondade.

Pois o ritual está prestes a começar
Sua morte significa vida para nós
Usaremos a transcendência
Vagaremos, vagaremos, vagaremos
Em busca de mais sabedoria e poder
Não deixes que esta comunicação se acabe .

''A minha vontade será feita''
 Atrapalhando e atormentando a vida das pessoas
Seguimos o lado contrário
''A minha vontade será feita''

''A minha vontade será feita''

Ouço as vozes, ouço as vozes
Escuto as vozes, obedeçam as vozes
Essas vozes que não saem da minha cabeça

''A minha vontade será feita''

Ouço as vozes, ouço as vozes
Escuto as vozes, obedeçam as vozes
Essas vozes que não saem da minha cabeça

Dizendo-me que tenho que pegá-los
Pois necessito de suas almas para o ritual
Para que o mestre possa personificar-se
Ele será chamado das profundezas do inferno
Para reinar neste mundo onde fazemos o que queremos
“Faze o que tu queres há de ser o todo da lei”
Seu discípulo disse uma vez
Saúdem a Magia das Sombras

''A minha vontade será feita''

 Alan Lacerda e Vinícius Marques

Metrópole




As pessoas correm,com medo da chuva
Durante esse dias,por tudo tenho lamentado
Estão saltando de arranha-céus
Estão trocando flores por dardos

Todos querem uma pele nova
Todos desejam um sorriso falso
Todos vendem novas esperanças
Todos compram vazios entre espaços

Trapaceiros se divertem,com a desventura alheia
Bispos se protegem,com um velho escudo
Eremitas fumam,a branca neblina do narguilê
Homens em ternos,constroem paredes e muros

Prédios e lojas
Bares e bancos
O cinza torna-se veroz
Burgueses ocidentais
Vendendo contrabandos

Hamilton Guilherme

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dias Macabros


O dia amanhece o sol finalmente se encontra aos meus olhos
Com a aflição da noite passada com os vultos
É necessário não ver nos olhos dele
É necessário não o ver.

Sinto sua presença em cada passada dos movimentos
Nunca desejei isso, mas não posso fazer nada
Ouço sua voz em cada canto da casa, não da para nega-lo
Ele é mais forte, o pacto já foi lançado, voltar atrás, nunca mais.

As vezes fico atormentado, sem sossego nenhum
O medo toma conta o sangue sobe,  e sai pelos ouvidos
Na veia corre o veneno do inferno o mal prevalece
Eu não quero sair disso, nunca mais
          
Ele está ali na minha frente
Pronto para pegar minha alma
Dizendo que só quer o que foi prometido
Tenho que pagar ou  vou sofrer nas chamas do Diabo.
Como se eu não fosse queimar não é mesmo?

No decorrer das noites
Vejo crianças mortas na porta
Com olhos roxos, pálidas trazidas por ele
Para sugar o sangue dos cortes

A loucura toma conta
O que me resta somente é lamentar
A morte é para todos
Ela chega sem você esperar

E a noite volta a chegar
É necessário não o ver nos olhos dele
Era necessário não o ver.


Alan Lacerda.

Ufo




Morfeu extraterrestre
Puro diamante de LSD
Quero fumar toda aquela hera
Do inverno para a primavera
Proponho-me a transcender

Onde estarás
Basilisco acre-doce
Te vi transmutar
De um lago de espelhos
De ares viciados
Para onde fostes?

Leve-me com você
Leve-me adiante
Seguindo uma partitura
De acordes dissonantes

Palavras saltam
Dos papéis em branco
Roubei todas as pétalas
Daquele jardim vazio
Retrato sonoro
De um asteróide incandescente
Minha cerebral galáxia
Se dispersa como um rio

Ateei fogo naquela cerca viva
Ateei fogo naquela cerca nova
Novas ramas se espalham
Naquela parede antiga
Ateei fogo naquela vida morta

Hamilton Guilherme

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tempestade Distante


o tornado tudo devastou
sua sombra esta diminuindo
você esta tão pequeno
os satélites estão caindo

há um homem flutuando
sob o limite do mar
seus tesouros foram afanados
o sol se põe em seus olhos

eu serei o seu ombro
quando a sua alma estiver sangrando
eu serei o seu ombro
quando o céu estiver nublado

há uma luz depois do universo
ela vem por debaixo da tua porta
por debaixo da minha porta

então dê adeus a este mundo cruel
você nunca esteve consolado
apenas vire-se e eu estarei la
quando os muros caírem aos pedaços

Hamilton  Guilherme

domingo, 27 de maio de 2012

Aquela Garota


I
aquela garota
pegou um táxi
para os anéis de Saturno
mal  podia esperar
pelo seu ímpeto recém nascido
pelo seu destino importuno

ela não olhou para trás
ela nem sequer disse adeus
diante dessa poeira cósmica
o seu olhar se derreteu
II
ela era ela mesma
até mesmo em seus sonhos
sentia-se azul em sua própria nebulosa
palavras secas gravas em sua cumulo-nimbus
[...e o medo se esconde embaixo de um cisne de papel...]

aquela garota
partiu em um veleiro
em um nevoeiro
no mês de janeiro

Hamilton Guilherme

Arqueiro


Arqueiro
mire o seu olhar e mande
a flecha nos malditos cordeiros.
E traga-me de volta os prisioneiros.

Arqueiro
lance suas flechas através do silencio
revele quem habita por detrás deste capuz
quebre todas aquelas chaves e cadeados
liberte o labirinto alheio,que se auto abduz

O medo é só mais um de seus obstáculos
E as mãos de fogo estavam contigo.
Lance todo meu ódio, muito maior que cubículos.
E lá se foram os cavaleiros
Lutar contra os perdedores verdadeiros
Maldita são as aberrações
Maldito são os ladrões
Queimarão nos caldeirões
E torturados apodrecerão

Queimado, queimados serão.

Retome
Desvie os sentimentos de fúria
Salve o que há por trás de nossa honra
Arqueiro possuía o veloz demônio.
E mande a flecha do fogo fênix
Destrua a monarquia que nos ronda


E as gárgulas que povoam o topo destas arvores
Afinal,o que temer durante as trevas?
perseguido por inimigos constipados
flechas cortam o ar
o falso coração de leão,tão ávido
cai em sua própria quimera

Hamilton Guilherme e Alan Lacerda

sábado, 26 de maio de 2012

Caçador de Almas





As trevas se alastram do lado de fora
Os demônios sacros se perderam na correnteza
Não respire quando os falcões pousarem
Você foi roubado por uma velha assombração
Vindo da tua anônima impureza

Eu sempre estive nadando contra a correnteza
E os demonios, esses do meu lado
No som da eterna escuridão eu vaguei
E ali roubei as mais sombrias almas
Todo dano haveria de ser retaliado


Abandonado no limbo,embrulhado em tempestade
Assistindo os dogmas caírem desfalecidos
Em meu baú de feras feridas
Guardei todas as almas perdidas
que os ditadores haviam oprimido

E de pé em frente ao espelho
pude ver  com meus olhos revelando
o teu mais pavoroso rosto. Piedade.
Fui jogado para fora, fui puxado para baixo
Fui exorcizado mais uma vez

Hamilton Guilherme e Alan Lacerda

Cidade grande




uma estrada de estrelas
um relogio na minha mão
um bebado mendigo
bebado em vão

[eu traria as minha proprias baratas...]


um casal de namorados
tao venturoso,no meio da rua
era apenas um cafetão
e a sua prostituta

uma flor pisoteada
um cigarro no chão
tudo o que supunhas,meu amigo
era apenas uma ilusão

Hamilton Guilherme





Ruína das ilusões


Aqui sentado
fumando um cigarro
Eu louco e cansado
pensando no acaso.

Me de  mais um aplique De ilusão 
Jamais cairei em tuas
armadilhas novamente.

Farto de pessoas inúteis
Estou farto
De acreditar em vocês
Um fato que nunca aceitei.

Carrego o desespero  que sinto
Ao ver um pobre velho
ali, parado me olhando
pedindo um pedaço de minha vida miserável.


A todo por do sol
Repito o meu desejo .

Pessoas querendo salvar o mundo.
Pessoas querendo salvar pessoas.
Pessoas querendo sujar outros mundos.
Pessoas querendo matar outras pessoas .

Me de mais um aplique de ilusão
Jamais cairei em tuas
armadilhas novamente.

De todo fato perdemos a nossa flor
com a Igreja criando o rancor
Então vá
Destruam esse deus do ''amor''
traga de volta a nossa flor.

Eu não acredito em vocês .
Eu não consigo acreditar em vocês.

Me de mais um aplique de Ilusão
A todo amanhecer  levanto-me
e desarmo tuas armadilhas novamente.

Alan Lacerda

Vida fora do útero




I

Passamos o resto de nossas vidas
Olhando para as nuvens
Esperando o dia que nunca chegará
Passamos o resto de nossos dias
Encolhidos como um feto
Mendigando por lithium

II

É um belo dia hoje
Colhi um trevo de quatro folhas
O verão havia  quase terminado

Foi um árduo dia hoje
Não me reconheço nas fotografias
Meu olhar esta fadigado

III

Tornei-me sinil tão depressa
Eu mal percebi
O despertador corre apressado
Envelheci mil anos que não vivi

IV

Pequeno soldado de chumbo
Atirado ao canto,lhe falta um olho
Esperando a hora
O momento então
Em que verá a luz de novo

Hamilton Guilherme

O manipulador dos fracos





Na última folha seca flutuante
alguém derrama lágrimas de sangue
segue a linha do desespero.
Quando o dia promete acabar
sinto cheiro de medo.

Tudo vai com o tempo
tudo cai sem lamento.
quase sempre nada suporta.
Tu dependerás,
tu não escaparás, Jamais.

Cada passo que tu dastes
mais aumenta minha vontade
sinta o peso de minha espada
e nunca verás a felicidade.

Sou o manipulador do seus sonhos
sou eu, que te faço imaginar caindo
Te deixo no canto sozinho
Teu delírio me satisfas sorrindo.

Cuida-te si mesmo
no caminho que trilhas-te
no labirinto que eu te colocas-te
ache a saída,
nunca clame por piedade
se desistir será mais um fraco manipulado
serás deixado
e esquecido com os outros no Reino de baixo.

Alan Lacerda

1999



eu estive exilado por um par de horas
eu tenho visto o sol no fim do dia
eu estive com a mente vazia por um vazio de tempo
eu estive procurando uma nova alquimia

a beira de uma catástrofe
talvez eu desapareça
alvíssaras passaram do meu lado
elas não falaram comigo
talvez nenhuma delas me pertença

migre-me para um paraíso
para um sonho acordado
leve-me até o zênite
de um terremoto atordoado

traga-me de volta a mim
carbonizando minha apática lucidez
o temor se esconde por trás das horas
devolvendo minha embriaguez

Hamilton Guilherme

Jardim dos Apuros






 

Eu me expressei mal
Sentimentos falsos que
não valem a pena
Estava em um  estagio abismal
carne podre
ódio em carmim
coisas que matam
e podem ser Fatal.

a melancolia me tortura vagorsamente
pesadelo virtual tao dificil de despertar
ele me dilacera por inteiro
como uma chuva de espadas

O Diabo
Do meu lado
Faz o seu discurso
Ele quer minha alma
Ouço um apático sussurrar
Eu quero a sua alma
No jardim dos apuros

entao pode fugir com os ladroes de almas
o fogo devora a cada um de nos afinal
sete mil demonios apenas de carbono
eles foram engolidos pelo meu buraco negro

Incrédulo Incubo
embriaga-se com os sangue dos inocentes
apenas por desfatio
so por desfatio

Hamilton Guilherme e Alan Lacerda