Estou indo para não mais
voltar,
Estou voltando por um pouco
mais,
Eu me farei crer,
Que cada dor é irreal,
Que viverei para não morrer
jamais.
E nesse dia tão nublado,
Quero deitar o meu cansaço,
Sobre essas rosas,
Lindas e venenosas;
Quero fazer-me crer,
Que os olhos foram embora,
Eu tenho bastante tempo,
Até o sol dizer adeus.
Eu estive preso em minha
memória,
Por todas estas gárgulas,
Que pairavam sobre mim;
Por entre sabores do
purgatório,
Correndo com um cavalo de
sangue puro,
Procurando o início,
esquecendo o fim.
Nada, além disso, esteve tão
quente,
Era esse sabor que eu queria
sentir,do sangue,
Tudo era apenas um sonho;
Eu me perdi sobre tuas mãos
que se abriram,
Eu sorri quando tuas pernas
se juntaram,
Eu te virei as costas, por
você ser fracassado.
Voe, e esqueça que viu o meu
rosto,
Afinal, somos apenas pesados
besouros,
Eu pensei estar livre,
Dos leões que me afrontam;
Eu sou mais um na multidão,
Carregando um coração
absorto.
Hamilton Guilherme e Alan Lacerda
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