sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Petrificado





Ninguém veio ao meu enterro
vi alguém chorando e isto doeu
você esteve ensanguentado
durante todos esses anos
afinal,quem sou eu?

Então venha,
e se afogue comigo
este é o dia em que todos nos morremos
como fumaça no ar
desdobrando tão sutilmente
como se fosse ontem
meus pulmões cheios de água
o dia em que todos nos morremos

eu tenho aquela tristeza
aquela tristeza de inverno
eu lembro da sua voz
mas não do que você disse


Talvez eu pudesse ser um astronauta
Assistindo os planetas colidirem
eu esqueci como respirar
meus olhos se abrem
enquanto eles se fecham
caindo de cabeça,da mais pesada nuvem
a gravidade se torna densa demais para caminhar

quantas ilusões eu colecionei hoje
eu fechei acordos com os trapaceiros
e os bobos de abril
eu fecho os meus punhos
eu torno a ver por milhas
o que ninguém nunca viu

Hamilton Guilherme

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