terça-feira, 9 de julho de 2013

Automutilação






Não há ninguém nesta casa, estou sozinha por dias
E tudo isso me trás coisas ruins.
Tudo que se passa pela minha cabeça
Parece ser de tamanha realidade que me sufoca.
E então eu lembro que hoje é dia de me torturar.

Nada que eu me orgulhe
Envergonha-me a verdade
É um ciclo vicioso de derramamento de sangue
E na hora em que eu choro,
O sol se torna confuso sob meus olhos.

Todos os dias passo pelo mesmo vagão da morte
Com o mesmo desejo em mente, de ir e nunca voltar.
Todas as vezes que tento ir, alguém me puxa novamente.
É por este motivo que  estou acorrentada pelo Diabo.

Talvez um dia você possa entender
A minha dor de ser incapaz.
Nada que vá além dos sonhos mais bizarros
Dos meus braços que estão estendidos e já mutilados.

[... pausa...] E um respiro profundo cortou o ar.

E você? O que fazia quando a chuva caia?
Quando o sol se escondeu atrás das nuvens pálidas?
Não quero que se contamine com a escória
De levar contigo o desejo de morte e piedade
Eu consigo reparar sozinha minha sombra
E encontrar um foco de luz em meia a tempestade.

O que é mais irreal?
Um quarto escuro e cheio de tentações,
Ou o meu rosto diante de um espelho todo deformado?
Não pense, você pode ir longe demais e chegar a loucura.

Pense apenas que eu sou seu sonho
E que eu sou irreal
Com isso não vai dar tempo de você respirar
E espalhar minhas tristezas, não sobrará tempo suficiente
Para inspirar as aberrações.

Alan Lacerda

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