domingo, 20 de janeiro de 2013

Tempos Modernos







Quando passa o trem às seis

Do caos daqui,para o caos do além

O que você faz,o que você fez

Entre perdões e améns

o dia é mais desbotado aquém



E quem seriamos nós

Talvez uma sobra para outro falecer

E o que seriamos nós

Botões e nódulos deixados, por fazer



Quando vem a embriaguez

E eu quase volto a ter dezesseis

Eu inespero com avidez

Entre ladrões e injustos reis

O dia é mais enfastioso aquém



Você me deixou falando sozinho

Por entre o escuro das horas vagas

Como uma palavra que já foi dita

Alguém esqueceu a porta aberta



Eu desliguei os jardins

E os pássaros que ali cantavam

Sob as cinzas dos cemitérios

Eu passei pelos quartéis

E canções da Andaluzia

Sob o trafego das ruas

Onde os muros sussurravam



Eu estive parado aqui

Por entre a multidão e o caos urbano

Por entre o som dos trens passando

Eu suspirei suavemente

Como aquelas garotas em seus dezoitos

Como velhice aos dezenove

Eu estive parado aqui

Em meus sonhos

Como um fantasma na multidão

Por entre nuvens passando



Aqueles eram tempos modernos

Ah,aqueles tempos modernos


Hamilton Guilherme

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