terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Labirinto de Faces






I



Ali vem aquele

Com a marca no rosto

Ele teme o fogo

E os olhos dos lobos, no escuro.



Ao passar da sua janela

Como uma procissão de velas

Seu olhar caminha distante

Distante da sua alma arbustiva

Distante das lentes a sua vista





Esperando na esquina

Com meio pote de má medicina

Ele diz: - O que queres de mim?

Eu destronei os cavalos do rei

Sobre a luz após o escuro,

Eu já nem sei.

Esperando na esquina

Cigarros de cetim





II



Jamais esquecerei das coisas

Aquelas que você nunca disse

Olhai todos a tua volta

À procura de respostas.

Jamais esquecerei

Das fraturas que nunca tive



E tudo parece desbotar

Até o crepúsculo tardio

Até o azulado frio

Antes de a noite chegar





 
Hamilton Guilherme

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