sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Nuvens de Tempo Nenhum





Eis Aqui o grande tempo

Ele flui solene

Por entre as cinzas no vento

Por entre luas atrás

Esquecidas para perder

Os velocinos de ouro

Os calendários desatentos



Ando pela estrada aberta

Como um pedaço de vento

Ah,como eu queria um oceano de oceanos

O fogo volta,de volta ao ano

Das nuvens de tempo nenhum

Da ilusão do meu colar elizabetano



Olhai os filhos de Hélio

Sob o céu de vultos negros

Eles irão cair tão depressa

como uma chuva quieta em janeiro



Fomos lacrados,outra vez

Em regeneração espiritual

Para morrer uma outra vez

Para viver numa outra tez

Em regeneração espiritual

Como veneno após a vida



Eis aqui o grande tempo

Ele vem amanhã cedo

Ele é um buraco negro na televisão

E não importa em que ano estivermos

Ele é um idoso neófito

Desfazendo o seu primeiro casulo

Desabrochando de um escuro, quase eterno


Hamilton Guilherme

Nenhum comentário:

Postar um comentário