sábado, 3 de novembro de 2012

Zathura





I

Terras adormecidas
De firmamentos frágeis
Eu poderia por a existência
Em um plano cartesiano
Eu estive imerso em sonhos
Por um longo espaço de tempo
Num  redemoinho de cereja
Seguindo os dias e meses
Do calendário Juliano

Abra os cadeados
Que trancam a sua mente
E ouça a mais lírica das sereias
Por toda a jornada adiante,eu carrego
A chave dos universos
Como abelhas em um girassol
um ou dois podem jogar
o relógio desperta as seis e meia

Luz apagada
Escuridão acesa
Os vaga-lumes dançam em círculos
Como invasores da terra
Como uma música ao exalar
O seu primeiro suspiro


II
 
Pássaros de carne crua
Cantam nos jardins da eloqüência
No auge da meia lua
O coelho branco corre
Buscando luminescência

Ouço as goteiras dentro de mim
De minha respiração pesada
Tragam me os rabiscos de uma pagina velha
De uma janela recém estilhaçada

Seria este o mais inerte inferno,
Ou o mais cruel dos paraísos?
Em queda livre na via-láctea
a esperar pelos buracos negros
Pulando duas casas
Assim eu vou seguindo

O universo é um jogo
Onde um ou dois podem jogar
Não existe saída de segurança
Nem ponto de partida
Nada que possa inesperar

Hamilton Guilherme

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