Todas as luzes
Vivas no mundo
Altas montanhas
De norte a sul;
Estações passam
Aves migram
Espírito aberto
Vestido de céu;
Seminu
Todas as dores
Contínuas, sem prumo;
Todos os lares;
Cartas que mudam;
Todas as almas
Aqui flutuam;
Qualquer hora
Voam sem rumo
E pela estrada
De Santiago;
Sete mil astros
Para atravessar;
Febre elevada
Em pleno verão;
Pela estrada
De Santiago;
Nasce e morre;
Doce e amargo
Hamilton Guilherme
Bocas vazias;
Jogos abertos;
Todos carregam
Um céu pessoal;
Ou inferno astral
Pesadelo natural;
Em cada janela
Algum desejo
Torna-se real
Bocas abertas;
Jogos fechados;
Todos merecem
Um sonho acordado
Ou um feriado;
Meses contados
No calendário;
Cada veludo
Torna-se farrapo
Kamikaze
Ou paraíso;
Até pensei
Em mudar de emoção;
Até pensei
Em seguir a multidão;
Kamikaze;
Televisivo;
Respostas curtas
Na televisão
Quase cheio
Quase vazio
O tudo se farta do nada
Hamilton Guilherme
Dias atrás;
Noites atrás;
Truques simples
Perderam validez;
De volta a borda
Antes das seis
Nada em mãos
Outono vem
Sonhos na tv
Dias de porquê
Palavras no ar
Fora da página;
Ventos levam
Sonos insanos
Quase dormente
Mente acordada
Hamilton Guilherme
Tempo de fitas
Voam as pipas;
Para onde voam
Eu não sei;
Sinuosa brisa
Feita,dita
Criei asas
Voei
Venho aqui
Por pouco luar;
Pelos azuis
Terraços dos mares;
Tempo de pipa
Voam as fitas
Voam pelos ares
Hamilton Guilherme